A SABEDORIA DO LOBO E OS GUARDIÕES DA CONTITUIÇÃO
A SABEDORIA DO LOBO E OS GUARDIÕES DA CONTITUIÇÃO
O instinto do lobo; o lobo é um animal enigmático. Frequentimente associado à solidão, à força e à lealdade, ele representa muito mais do que um simples predador. Na natureza, sua existência é marcada pelo equilíbrio entre agir sozinho e proteger a alcatéia. Curiosamente, essa mesma lógica pode ser aplicada ao funcionamento dos principais poderes da República: o Senado, a Câmara dos Deputados e o STF.
Neste artigo, vamos explorar como o instinto do lobo nos ajuda a compreender o papel desses poderes, especialmente em tempos de tensão institucional.
O LOBO SOLITÁRIO: QUANDO O PODER AGE POR INSTINTO
Em determinadas situações, um dospoderes precisa agir por conta própria, como o lobo que, diante de uma ameaça direta, não espera auxílio. O Supremo Tribunal Federal, por exemplo, já atuou em momentos cruciais de forma independente, utilizando sua autoridade para frear abusos ou garantir direitos básicos.
Ainda que essa postura solitária possa parecer fria ou distante, ela é essencial. Assim como o lobo age por instinto, o STF também deve agir quando percepe riscos à ordem democrática ao Estado de Direito. Essa reação não é apenas legítima, mas necessária para a manutenção do equilíbrio institucional.
Além disso, o Senado, em sua função revisora, também adota uma postura estratégica. Nem sempre reage imediatamente, mas observa, analisa e escolhe o melhor momento para intervir. Isso não é passividade- é sabedoria política, é instinto de sobrevivência institucional.
A FORÇA DA ALCATÉIA: UNIÃO PELA DEMOCRACIA
Apesar de sua indepêndencia, os lobos são criaturas sociais. Eles vivem em alcatéias com hierarquias bem definidas, basiadas na confiança, na colaboração e na proteção mútua. Da mesma forma, quando a democracia brasileira se vê ameaçada, os três poderes muitas veses se unem- mesmo com suas diferenças – para defender o território comum: a Contituição.
Em momentos de crise, como tentativas de ruptura institucional ou ataques às eleições, Senado, Câmara e STF costumam agir em bloco. É a alcatéia entrando em ação, protegendo o que foi construído ao longo dos anos.
Essa colaboração não anula a autonomia de cada instituição, mas reforça a interdependência saudável entre elas. O lobo sozinho pode ser forte, mas é em grupo que ele sobrevive aos maiores desafios. A democracia também.
EQUILÍBRIO INSTINTIVO: NEM OMISSÃO, NEM EXCESSO
O verdadeiro desafio de qualquer sistema democrático está no equilíbrio. E é aqui que o símbolo do lobo se mostra ainda mais poderoso. Ele não ataca por impulso, mas por necessidade. Ele não domina sua alcatéia pelo medo, mas pelo respeito conquistado ao longo do tempo.
Quando um poder tenta sobrepor o outro, o desequilíbrio ameaça toda a estrutura. Por outro lado, quando há omissão ou complacência, o sistema também enfraquece. O segredo está em agir com instinto, mas com consciência. Em responder com firmeza, mas com responsabilidade.
Portanto, os poderes da República devem se comportar como lobos experientes: atentos, leais e prontos para agir quando necessário.
UMA ALCATÉIA DEMOCRÁTICA
A metáfora do lobo nos oferece uma visão institiva, porém equilibrada, de como o Senado, a Câmara e o STF podem e devem atuar na proteção da democracia. Nem sempre juntos, mas nunca em conflito aberto. Nem sempre em silêncio, mas nunca em ruído desnecessário
Somos governados por uma alcatéia de lobos institucionais. E, desde que ajam com responsabilidade, coragem e sabedoria, isso é uma boa notícial. Afinal, quando o instinto é guiado pela Constituição, a democracia tem mais chances de resistir e evoluir.